Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Sábado - 04-03-2000
Fortaleza - Ceará - Brasil
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Dificuldades marcam a busca por transplantes

    Atualmente, cerca de mil pacientes fazem parte da lista. Do total, 70% são receptores de córneas, cerca de 300 esperam por rins de doadores cadáver e 13 aguardam um coração. Quem recebeu o outro rim do doador — que teve traumatismo crânio encefálico, em 18 de fevereiro passado, durante um acidente de moto -, foi o paciente, Rogério Batista Pinto, residente no bairro de São Gerardo. Ele fez o transplante no Hospital das Clínicas. A família do motoqueiro autorizou ainda a doação das córneas e do coração.

    Até ontem pela manhã, a equipe da Central de Transplantes contactava com o Instituto dos Cegos para saber os prováveis receptores. Embora o coração estivesse em condição de ser doado isso não foi feito porque os pacientes da lista de espera pertencem aos grupos B e O. Já o doador era do grupo A. A coordenadora da Central, Eugênia Filizola, explica que continuam enfrentando dificuldades para realizar transplantes em Fortaleza. Isso porque, além das notificações tardias, as famílias dos possíveis doadores ainda se constituem no principal empecilho.

    Segundo ela, em 40% dos casos de morte por traumatismo de crânio encefálico, perdem-se órgãos porque os parentes não consentem a doação. Em meio à essas dificuldades, ela considera este ano mais favorável aos transplantes. Só esta semana, já aconteceu a segunda doação de múltiplos órgãos, e a terceira em relação a córneas. No total, foram quatro doações de múltiplos órgãos, sendo dois em janeiro, um em fevereiro e um em março. Ano passado, foram transplantados 92 rins, nove corações e 102 córneas.

    Mesmo assim, o número ainda é insignificante em relação à enorme quantidade de receptores que sofrem nas clínicas de hemodiálise. Normalmente, eles passam quatro horas fazendo tratamento de diálise.

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