Proporcionar às pessoas portadoras de necessidades especiais o contato com as artes. Seguindo essa idéia, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura recebeu ontem dezenas de crianças e adultos com algum tipo de deficiência para conhecer as esculturas do francês Auguste Rodin. A Escola do Instituto dos Cegos levou 45 alunos, entre crianças, jovens e adultos, para apreciar o acervo que estará aberto à visitação pública até o dia 31 de dezembro no Museu de Arte Contemporânea. Os deficientes visuais tiveram o privilégio de tocar nas 27 esculturas, dentre elas "O beijo" e "O Pensador".

     Para a deficiente visual Luzilane Pessoa, 29 anos, que visita pela primeira vez uma exposição de arte, a idéia de levar os alunos é tão boa que deveria ter acontecido há mais tempo. A sua colega Macela Almeida, 11 anos, também pôde tocar as esculturas. Diz que a peça que mais lhe agradou foi "Balzac", que retrata o romancista francês do século XIX.

A Escola do Instituto dos Cegos levou 45 alunos,
entre crianças, jovens e adultos, para apreciar
o acervo. A idéia é proporcionar às pessoas
portadoras de necessidades especiais o
contato com as artes.

     De acordo com Pádua Araújo, presidente do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, os próximos convidados a visitarem o espaço serão os velhinhos do Lar Torres de Melo, na segunda-feira. Essas visitas agendadas acontecem das 14 às 18 horas. Para ele, convidar alguns segmentos da população para o museu é uma forma de dar oportunidade a essas pessoas. "O efeito social dessa exposição vai ser medido pela capacidade de atrair o maior número de pessoas", afirma.

     Ele contabiliza um público visitante de 8.900 pessoal, de quinta-feira a domingo. Somente no domingo foi registrada uma média de 2000 visitantes, o que é considerado um record em visitação de museus locais. A expectativa é de que até o dia 31 de dezembro 100 mil pessoas tenham conferido a mostra.