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Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Segunda-feira - 26-05-2003
Fortaleza - Ceará - Brasil
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TRANSPLANTE
Corpo a corpo para conseguir o órgão


Fundador do primeiro Banco de Olhos em Fortaleza, o médico oftalmologista Waldo Pessoa defende a idéia da existência do corpo a corpo das famílias do doador e receptor para se conseguir um órgão com mais rapidez. A córnea é mais fácil de ser transplantada, isto porque, ela pode ser retirada até seis horas após a morte.

Mas, apesar do tempo a favor da retirada das córneas, Waldo Pessoa conta que “hoje se perde muitos órgãos porque não há pessoas suficientes para fazer o contato”. Outro ponto positivo no caso da doação de córnea é que, como ela não precisa ser irrigada, não é necessário ter o mesmo tipo sangüíneo do doador.

Atuando ainda como diretor-presidente da Sociedade de Assistência aos Cegos, Waldo Pessoa é enfático ao dizer que “José Serra acabou com a doação presumida, que é mais democrática”. Até então, completa o médico, as pessoas que precisavam de um órgão iam atrás do doador e, somente quem não tinha um doador, ficava na fila de espera. “Hoje, a lei tira do povo esse poder”.

Aos 80 anos, o médico aposentado José Holanda Montenegro não escondia a emoção de voltar a enxergar novamente do lado direito. O transplante não foi tão fácil para ele que, somente na segunda vez, obteve o resultado tão desejado. Na primeira tentativa, contou a esposa Elze, houve rejeição do novo órgão. Em fase da retirada dos pontos, que acontece gradativamente após os seis meses de cirurgia, José Holanda quer mesmo é trocar logo seus óculos.

APOIO - Com o objetivo de diminuir o sofrimento dos pacientes transplantados e dos que ainda aguardam a oportunidade na fila de espera, foi criada na semana passada a Associação Cearense de Pacientes Hepáticos e Transplantados. Apesar da boa vontade dos fundadores, a outra luta, agora, é para conseguir uma sede própria e até uma linha telefônica.

Glauber Nobre Façanha disse que a idéia de fundar uma associação surgiu, ano passado, quando precisou realizar um transplante de fígado. Ele começou a observar a dificuldade das pessoas e, hoje, quer retribuir os órgãos que recebeu - neste ano, passou por nova cirurgia.


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