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Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Quinta-feira - 04-09-2003
Fortaleza - Ceará - Brasil
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CÓRNEAS
Famílias e Central de Transplante poderiam trabalhar em conjunto

 


     Se o povo pudesse participar, o trabalho de captação de córneas apresentaria um resultado bem mais positivo. A declaração é do presidente do Instituto dos Cegos e diretor do banco de olhos dessa instituição filantrópica, o médico Waldo Pessoa, para quem os familiares de pacientes que aguardam a doação de órgãos poderiam fazer esse trabalho de forma conjunta com a Central de Transplante da Secretaria de Saúde do Estado. “O interessado ou seu familiar deveria participar da busca ativa”, lembrou.

     "Hoje, praticamente apenas a Central pode fazer a busca ativa e passiva", disse, acrescentando que a população deveria fazer também esse trabalho, sob a tutela da Central.

     No caso da córnea, se a família concordar e assinar documentação autorizando a doação, esse tecido pode ser retirado até seis horas após o falecimento do doador. Após a retirada, a córnea pode ser mantida em geladeira por um prazo de até dez dias em “um meio de preservação”, ou seja uma solução tópica contendo aminoácidos, antibióticos e outras substâncias.

     Segundo Waldo Pessoa, algumas doenças do doador impossibilitam o transplante. É o caso, por exemplo, da constatação de ocorrência de Aids, hepatite, septicemia (infecção generalizada), doença de Chagas, toxoplasmose ativa, tuberculose e certos tipos de cânceres, tais como o de pulmão ou o de cabeça.

     "O que acontece, às vezes, é que devido à dor decorrente da morte de um familiar querido, a família esquece de assinar o documento autorizando a doação. Passado o pior momento do transtorno, há o risco de que o tempo necessário tenha se esgotado", disse. O médico esclarece que além da córnea, é possível que seja doada, ainda, a esclera (a parte branca do olho), que por acidente pode ter sido perfurada, causando cegueira. Já a córnea é sujeita à degeneração por doenças, cicatrizes, úlceras, traumas ou infecções.

     "No transplante de córnea, o principal problema não tem sido o tempo, mas sim a dificuldade em conscientizar as famílias da pessoa que faleceu a fazer a doação", disse.


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