Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Sábado - 16-12-2006
Fortaleza - Ceará - Brasil
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COLUNA
Lêda Maria

       A cidade ainda vive sob o impacto da morte do médico oftalmologista Valdo Pessoa, aquele que aos 69 anos partiu após ensinar muitos a enxergar o cenário da solidariedade e da bondade. Como um verdadeiro apóstolo deixou a herança do bem, inclusive suas córneas doadas para garantir a visão de outra pessoa.

       Hoje, a amada Jozélia (com ele celebrando 43 anos de casada) e os filhos Arnaldo, Alexandre, Adriano e Valdo Filho mergulham na dor da separação, enquanto os amigos, avaliando a história, comentam os projetos desenvolvidos pelo rotariano Valdo (RC Centenário), o médico, o amigo e o homem otimista em qualquer que fosse a dificuldade apresentada, perfilado sempre de esperanças, amor e entusiasmo pela vida.

       Sua coragem transbordou diante de um inimigo anônimo, levando-o para a Casa do Pai. Acompanhado por um cortejo incontável de amigos que, desde a noite de quinta-feira, ficou, como que de plantão, no seu velório e durante a celebração da missa e sepultamento, tarde de ontem, conseguiu tornar o cenário da sua Associação dos Cegos do Ceará, outonal.

       Dr. Valdo foi o criador do 1º Banco de Olhos do Ceará. Foi o pioneiro de técnicas e cirurgias para combater a cegueira de muitos. Foi quem impulsionou a primeira escolinha dotada de técnicas modernas que vieram permitir, aos ali assistidos, a leitura dos jornais e livros. Ajudou centenas de pessoas a combater as doenças visuais, detectou anomalias, casos graves de saúde. Teve, na noite que recebeu a Sereia de Ouro ´um momento de profunda felicidade´, lembrando o amigo maior Edson Queiroz, com quem dividiu sonhos e projetos. Que os anjos cantem louvores no céu pela sua chegada. Aqui, ficamos nós entre as recordações e a saudade.

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