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Jornal DIÁRIO DO NORDESTE
Terça-feira - 21-08-2007
Fortaleza - Ceará - Brasil
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LATROCÍNIO
Ex-PM condenado pela morte de Waldo Pessoa


Médico foi executado a tiros durante assalto em sua clínica. Ex-militar foi reconhecido pelas testemunhas do crime

      A Justiça condenou, ontem, a 32 anos de prisão, em regime fechado, o ex-sargento da Polícia Militar, Antônio Edísio Lima de Sousa, 43 anos, acusado de envolvimento no assalto que resultou na morte do médico oftalmologista Francisco Waldo Pessoa de Almeida, ocorrida em dezembro do ano passado.

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Edísio Confessou o crime na
Polícia e, depois, negou tudo
na Justiça

      O julgamento aconteceu na 17ª Vara Criminal, em Fortaleza. Após receber a intimação, o condenado, que se encontra preso, tem prazo de cinco dias para recorrer da sentença junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ-CE). Durante o processo, o ex-sargento chegou a negar a autoria da morte do médico, colocando a culpa no comparsa Washington de Oliveira Melo, morto pelo oftalmologista. Contudo, as provas dos autos do processo e o testemunho de funcionários e pacientes mantidos reféns na clínica de Waldo Pessoa foram fundamentais para resultar na condenação do réu pela juíza Marlúcia de Araújo Bezerra.

      O promotor do caso foi Marcus Renan Palácio dos Santos. Marcus de Holanda e Kennedy Linhares atuaram como assistentes do Ministério Público (MP). Para o promotor, a sentença revela que ´ainda é possível no País, com as leis que dispomos, punir autores de crimes dessa natureza com eficácia e de forma enérgica.´

A morte

      O assalto contra a clínica dirigida por Waldo Pessoa aconteceu no dia 14 de dezembro passado, por volta das 17 horas. Os assaltantes Washington de Oliveira Melo, 24 anos; e Antônio Edísio Lima de Souza invadiram o estabelecimento e fizeram seis reféns, entre funcionários e pacientes e duas crianças. O médico foi o último a ser rendido pela dupla.

      Os marginais roubaram dinheiro, celulares e cheques, além de deixaram o ambiente revirado. No momento da fuga, o oftalmologista resolveu reagir, usando um revólver calibre 38 que mantinha escondido na clínica. Waldo fez um disparo contra o assaltante Washington de Oliveira dentro da clínica e o perseguiu até a calçada, mas o bandido baleado teria tomado a arma do médico e o atingido com dois disparos a curta distância. Legistas do Instituto Médico Legal (IML) comprovaram que o oftalmologista recebeu cinco tiros de revólver calibre 38 à curta distância e quatro deles atingiram suas costas.

      As investigações foram comandadas, na época, pelo então titular do 3º DP (Otávio Bonfim), delegado Jairo Pequeno, com o apoio da Inteligência da PM. Em tempo recorde, o caso foi elucidado.

MÉDICO EXEMPLAR
Vida dedicada aos deficientes visuais

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Waldo Pessoa

      Nascido em Quixadá, em 10 de agosto de 1937, o oftalmologista Waldo Pessoa mudou para Fortaleza em 1944, com a família, após a II Guerra Mundial. Com a mudança, passou a residir ao lado do médico oftalmologista Hélio Góes Ferreira, na época, presidente da Associação dos Cegos, fundada em 1942, local onde Waldo Pessoa iniciou, desde 1967, seus trabalhos de assistência aos portadores de deficiência visual. Com a motivação e interesse para cuidar dos pacientes da Associação, ele foi eleito o 10º presidente do Instituto dos Cegos. Em 1990, recebeu o Troféu Sereia de Ouro, como reconhecimento pelo trabalho filantrópico desenvolvido em prol da prevenção da cegueira no Estado do Ceará e pela sua atuação na Associação dos Cegos.


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