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Quarta-feira - 19-09-2012
Fortaleza - Ceará - Brasil
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A Academia que faltava
A Academia de Letras e Artes da Sociedade de Assistência aos Cegos é a primeira do gênero no Brasil


Fundada em 2007, a Academia de Letras e Artes da Sociedade de Assistência aos Cegos é a primeira no Brasil e, segundo seu idealizador, Paulo Roberto, primeira do planeta

Natalício Barroso
Da Redação

Paulo Roberto Cândido, fundador e atual presidente da Academia de Letras e Artes da Sociedade de Assistência aos Cegos do Ceará, afirma que esta, certamente, é a primeira Academia no mundo cujos integrantes são todos eles cegos. A ideia, segundo ele, surgiu quando publicou seu primeiro livro de poesias, “Viagem ao Céu Particular”, e foi chamado para fazer parte da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza.

Como era cego e fazia parte daquela instituição, Paulo Roberto teve a ideia de fundar uma agremiação de artes e letras na qual todos os integrantes fossem como ele. Assim, surgiu a Alasac que, tal como as outras academias, também é composta por 40 cadeiras ainda que, no momento, disponha apenas de 24 integrantes e, para que seus membros sejam substituídos é necessário que morra primeiro para, só então, a cadeira ser ocupada por outro. Diferente da Academia Cearense de Letras, no entanto, na qual todos são escritores, a Alasac, como se trata de uma academia de Artes e não apenas de Letras, também é constituída de artistas plásticos, músicos, pintores e atores.

Foto do Jornal O ESTADO
Paulo Roberto, presidente da ALASAC
e  Josélia Almeida, presidente da SAC

BENEFÍCIOS
O maior benefício que a Academia trouxe para seus membros, no entanto, explica Paulo Roberto, foi a oportunidade que ofereceu para que os escritores e artistas com deficiência visual se aproximassem de outros que não têm esta deficiência.

Assim, os escritores da Alasac se aproximaram muito dos intelectuais cearenses e um de seus integrantes teve um livro seu selecionado e publicado pela Fundação Biblioteca Nacional como obra de referência.

A coisa deu tão certo, afirma Paulo Roberto, que a professora Aíla Moura produziu, recentemente, um documentário sobre a instituição. Intitulado “A Arte da Inclusão”, informa Paulo Roberto que a intenção da professora Aíla, neste filme, foi o de mostrar para o público que qualquer pessoa pode ser artista e, para provar o quanto fala a verdade, Paulo Roberto concorda com aqueles que dizem que os maiores gênios da humanidade (se não todos, pelo menos boa parte deles) tinham algum problema físico.

Homero, por exemplo, foi cego. Camões, se não foi totalmente cego tinha, pelo menos, um de seus olhos vazados. Jorge Luís Borges, por sua vez, também era cego assim como Patativa do Assaré e nem por isso deixaram de produzir livros monumentais.

PRODUÇÃO
Aíla Moura, produtora do filme “Arte da Inclusão” informa que a primeira vez em que o documentário foi exibido foi em julho, quando foi concluído. A segunda foi no dia 18, terça-feira, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. A terceira será na sexta-feira, dia 21 de setembro, quando se comemora o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.

Neste dia o filme será exibido às 14h00, com entrada gratuita, na Sociedade de Assistência aos cegos que fica na Avenida Bezerra de Menezes, 892 – São Gerardo.

SERVIÇO
• Documentário: Arte da Inclusão. Data: 21 de setembro. Hora: 14h00. Local: Sociedade de Assistência aos Cegos (Av. Bezerra de Menezes, 892 – São Gerardo). Entrada: Gratuita. Informações: (85) 3206.6800/3206.6832.


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