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Jornal O POVO
Sexta-feira - 05-08-2005

Fortaleza - Ceará - Brasil
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ASSISTÊNCIA AOS CEGOS
Biblioteca oferece jornal em braille


      ''É ler para crer! Com essa máxima, a Biblioteca Braille Josélia Almeida, da Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC), anuncia aos visitantes um dos serviços prestados aos deficientes visuais: edições de jornal em braille. O braille é uma notação especial criada em 1825 pelo francês Louis Braille, e consta de pequenos pontos em alto relevo no papel, formando as letras do alfabeto.

Foto do Jornal O POVO
AS PRINCIPAIS matérias
dos jornais são convertidas
para o braille

      O serviço é prestado desde 1994, e conta com a conversão diária do O POVO e do Diário do Nordeste para esta escrita. Revisora dos textos dos jornais, Maria Carlizethe da Silva Campos é cega e trabalha na imprensa da SAC desde 1998. Ela conta que, pela Internet, seu colega de trabalho, João Carlos, seleciona as notícias mais importantes do dia e repassa para que ela revise e formate o texto para a impressão. ''Eu tenho que prestar atenção a sinais que não existem em braille ou que significam outra coisa'', explica. Além de revisar os textos, Carlizethe trabalha com digitação, impressão e encadernação.

      Nayane Karla Cavalcante Leitão tem doze anos e desde o ano passado virou leitora assídua de jornal. ''Meus amigos diziam que tinha jornal na biblioteca e sempre vinham ler. Peguei um para ler e gostei'', comenta, ressaltando que o que mais gosta de ler é o caderno Buchicho, do O POVO. Enquanto conversava com a reportagem, Nayane lia uma notícia sobre a mega sena, no caderno de economia. A pedagoga responsável pela biblioteca, Andréia Barros do Carmo Soares, considera importante a leitura do jornal, ajudando a preparar o aluno para o meio social. ''São crianças muito esforçadas em ler, não só jornais'', ressalta.

      Além da versão em braille, os alunos da SAC podem acessar a versão da Internet dos jornais. O acesso ao computador é garantido por um programa chamado Dosvox, criado em 1994 pelo professor José Antônio Borges, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É também com este programa que Carlizethe trabalha, revisando e editando no computador os jornais que serão impressos. O Dosvox possibilita que deficientes visuais utilizem a informática, já que narra as informações que aparecem no monitor e simplifica os comandos.

      Segundo Paulo Roberto Cândido, professor de informática da entidade, o programa possibilita acesso a Internet, complementando as atividades da imprensa braille. Roberto fala que além de ler o jornal, os alunos podem acessar salas de bate-papo, jogos virtuais e pesquisas. A biblioteca, que conta também com um acervo de livros e revistas em braille, em formato ampliado e narrados em CDs, funciona de 7h às 17 horas, de segunda à sexta-feira, e está aberta para visitação de alunos e ex-alunos da instituição.


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