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Sábado - 19-07-2008
Fortaleza - Ceará - Brasil
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GLAUCOMA
Campanha realiza exames gratuitos


Estima-se que de 1% a 2% da população mundial acima dos 40 anos tem glaucoma

      A idéia de Antônio Luiz Quintino, 51, ao procurar ontem os oftalmologistas da campanha Fortaleza Contra o Glaucoma, foi de se prevenir. "Já que se trata de uma doença difícil de perceber, o importante é a prevenção." Ele passou pelos exames de tonometria de aplanação, para verificar a pressão intraocular, e de biomicroscopia do nervo ótico, para analisar o fundo de olho. Ambos deram normais, para satisfação dele.

      A campanha, promovida pela Sociedade de Oftalmologia do Ceará, termina hoje no ginásio Aécio de Borba. Estão sendo oferecidos exames gratuitos de diagnóstico do glaucoma, doença silenciosa que atinge, em geral, pessoas com mais de 40 anos. Segundo a oftalmologista Maurea Cesar de Lima, especialista em glaucoma, de 1% a 2% da população mundial tem a doença, que é a segunda causa de cegueira, ficando atrás apenas da catarata. A meta da campanha, realizada pela primeira vez em Fortaleza, é atender duas mil pessoas em dois dias. Hoje é o último dia de atendimento. Quando é verificado alguma suspeita da doença, a pessoa é encaminhada a um especialista.

      A pensionista Maria Helena Santos, 65, soube da campanha e se interessou. "Eu costuro e tenho sentido incômodo na visão. De dia, meu olho esquerdo lacrimeja e de noite, resseca. Fiquei muito preocupada." O exame dela deu normal, mas o médico a aconselhou a procurar o oftalmologista para verificar os incômodos nos olhos.

      Já a aposentada Zenir Menezes, 51, foi ao local para apresentar alguns exames. Ela descobriu que tem glaucoma aos 44 anos e, desde então, usa um colírio para tratar. "A cada oito horas em tenho que usar. Carrego ele como se fosse uma bengala. Não consigo andar sozinha à noite. A penumbra já se torna escuridão." A organização da campanha alerta que as pessoas que já estão em tratamento não precisam participar da campanha.

Tratamento
      Segundo a oftalmologista Maurea, o glaucoma não tem cura, mas quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais chances de sucesso no tratamento e menos comprometimento da visão. Se não for tratada, leva à cegueira. O oftalmologista Hermínio Resende explica que o tratamento é clínico e, quando não há resposta aos medicamentos, é necessário fazer cirurgia.

      Outros grupos de risco são pessoas que tem alta miopia e negros. Embora não seja muito freqüente, o glaucoma pode atingir também crianças. Conforme Resende, é o glaucoma congênito; a criança já nasce com a doença. Provavelmente, segundo ele, é o caso de Yasmim, de seis anos. Entre vários adultos em atendimento ontem de manhã, ela era a única criança. O pai dela, Francisco Carlos Martins, 47, trouxe a filha porque, em exame anterior, havia a suspeita. A oftalmologista dela pediu ao pai que levasse Yasmim a outro oftalmologista para uma consulta mais aprofundada.

      A campanha é realizada com apoio da Sociedade Brasileira do Glaucoma, da residência médica do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Oftalmoclínica, Hospital de Olhos Leiria de Andrade e da Sociedade de Assistência aos Cegos.

SERVIÇO
      Fortaleza contra o glaucoma - exames gratuitos para diagnóstico da doença Até hoje, de 7 às 17 horas no ginásio Aécio de Borba (rua Paulino Nogueira, 95, Benfica)


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