Imagem do Símbolo SAC NA PONTA DOS DEDOS

Sociedade de Assistência aos Cegos - SAC
Ano II - Nº 46 - Fortaleza, 17 de Março de 1999
Boletim diário editado e impresso em braille e tinta na
Imprensa Braille Rosa Baquit
Fortaleza - Ceará - Brasil
http://www.sac.org.br


Imagem do Jornalzinho SAC NA PONTA DOS DEDOS

Bom dia leitor

   Este jornalzinho/SAC surgiu do desejo de ampliar nossas experiências e conhecimentos adquiridos, a partir de nossa prática enquanto profissionais regentes.
   Após muitos anos de contato com uma diversidade de cartilhas, apostilas, livros didáticos, propostas nas mais variadas abordagens, passamos a considerar a hipótese de informar e expandir nossos conhecimentos.
   Na busca contínua de um aperfeiçoamento contínuo de nossa prática, oferecemos SAC na ponta dos dedos como mais um dos recursos aos quais todos os profissionais poderão associar toda a sua criatividade, competência teórica e prática, ligada às suas vivências na Educação Especial de Deficientes Visuais.

Jucimar L. J. Sidney
Professora do Instituto de Cegos
Dr. Hélio Góes ferreira - SAC

“Se apenas as imperfeições se destacaram à sua vista, toda a humanidade lhe será hostil. Mas, se você acredita na possibilidade de você modificar as pessoas e tem coragem bastante para aceitar suas falhas mais calcificadas, certamente o mundo lhe sorrirá todas as vezes que você tiver de encará-lo.”

Para ler e pensar...
O OLEIRO E O POETA

   Uma rixa inesperada surgira entre o jovem Fauzi, o poeta, e o oleiro Nagib. Os curiosos amontoavam-se junto à casa do oleiro. Cruzavam-se as interrogações: - Que foi? Como foi? Brigaram? Um guarda, para evitar que o tumulto se agravasse, resolveu levar os dois litigantes à presença do juiz. Esse juiz, o homem integro e bondoso, interrogou em primeiro lugar o oleiro que parecia o mais exaltado:
   - Mas afinal, meu amigo, de que se trata? Parece que você foi agredido. É verdade?
   - Sim, senhor juiz, - confirmou o oleiro desabridamente - fui agredido em minha própria casa por esse poeta. Estava, como de costume, trabalhando em minha oficina, preparando dois novos vasos coloridos, que pretendia vender ao príncipe Rauzi, quando ouvi um ruído surdo e a seguir um baque. Percebi logo de que se tratava. O poeta Fauzi, que cruzava, naquela ocasião, a rua, havia atirado violentamente uma pedra e partira um dos vasos, - um vaso já pronto que estava a secar junto à porta! Ora, senhor juiz isso é um absurdo, um crime! Estou no meu direito: exijo uma indenização.
   Voltou-se o juiz para o poeta e interpelou-o serenamente:
   - Que tem a alegar, meu amigo? Como justifica o seu estranho proceder?
   - Senhor juiz, - respondeu o jovem, - o caso é muito simples e quero crer que a razão militar a meu favor. Há três dias passados, voltava eu da mesquita, quando, ao cruzar a rua em que mora o oleiro Nagib, percebi que ele declamava um de meus poemas. Notei, com tristeza, que os versos estavam errados; o oleiro mutilava, isto é, quebrava os meus versos. Aproximei-me dele e, delicadamente, ensinei-lhe a forma certa que ele repetiu sem grande dificuldade. No dia seguinte, ao passar novamente pelo mesmo lugar, ouvi ainda o oleiro a repetir os mesmos versos deturpados, isto é, com a forma erradíssima. Cheio de paciência, tornei a ensinar-lhe a forma correta, e pedi-lhe que não tornasse a mutilar os meus poemas. Hoje, finalmente, regressava eu do trabalho, quando percebi que o oleiro declamava a minha linda poesia, estropiando as rimas e mutilando vergonhosamente os versos. Como vê, senhor juiz, o meu procedimento não passou, afinal, da represália por um indivíduo grosseiro.
   Ao ouvir as alegações do poeta, o juiz, dirigindo-se ao oleiro, declarou:
   - Que esse caso, ó Nagib, sirva de lição para o futuro! Procure respeitar as obras alheias a fim de que os outros artistas respeitem as suas obras. Se você se julgava com o direito de quebrar o seu vaso. Lembre-se de que o poeta é o oleiro da frase, ao passo que o bom oleiro é o poeta da cerâmica!
   E a sentença do ilustre juiz foi a seguinte:
   - Determino, pois, que o oleiro Nagib fabrique um novo vaso de linhas perfeitas e cores harmoniosas, no qual o poeta Fauzi escreverá um de seus lindos versos. Esse vaso será vendido em leilão e a importância da venda repartida igualmente entre ambos.

Malba Tahan
(Excert.)

Espaço do Leitor
MINHA GRATIDÃO

   Quero manifestar minha gratidão a todos os funcionários da SOCIEDADE DE ASSISTÊNCIA AOS CEGOS, sem exceção, do Porteiro até a Presidente, que cursaram na Universidade Universal da Bondade, exercendo suas funções com capacidade Divina oriunda dessa universidade.
   Venho apresentar meus sinceros agradecimentos aos nossos porteiros: Jeová e Francisco; as Assistentes Sociais: Cláudia Pinheiro e Socorro; a Equipe Médica: Dra. Islane, Dra. Ana Lódhia, Dra. Sônia e Dra. Joyce; a Diretora Marilac; a Psicóloga Doutora Beth; os Terapêutas Ocupacionais: Dra. Maria do Carmo e Dr. Jean (este último proporciona a independência da pessoa cega); todo o pessoal do refeitório: Beatriz, Ângela, Toinha, Seu Antonio, Seu Assis e Seu Guilherme; as Professoras: Jucimar, Aurinete, Elisângela Magalhães e tantas outras (esta última se destaca pela sua forma carinhosa de ensinar o Braille); o Oftalmologista Dr. Waldo (único especialista interessado em resolver o problema da Retinose Pigmentar em todo Brasil, do meu conhecimento); e finalmente Dona Josélia (que luta incansavelmente para fazer o Social).
   Todas essas pessoas supra-citadas, apresentam semelhanças de comportamento e atitudes no que se refere a gentileza e afetuosidade ao lidarem com os portadores de necessidades especiais. Todos se entronizam conjuntamente para lograrem o objetivo primordial da Instituição: A reintegração da pessoa portadora de necessidades de especiais.
Congratulações a todos que fazem parte da SOCIEDADE DE ASSISTÊNCIA AOS CEGOS.

Donaldo Lima

“Há verdadeiramente, duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A ciência consiste em saber; em crer que se sabe consiste a ignorância.”
Hipócrates

Humor

I

   Tião, no recreio, continua seu jogo de adivinhações com os amiguinhos:
   - O que é preto-branco-preto-branco-preto-branco?. Pergunta, com uma ponta de satisfação na voz.
   Não tenho a mínima idéia, responde um deles. - E Tião triunfante:
   - É uma freira rolando escada abaixo!

II

   Professora, eu não acho que mereço nota zero, sabia?
   - Eu também acho. Mais foi a menor nota que eu encontrei.

Curiosidade

   Você sabia:
   - Que mamar e mastigar são os primeiros exercícios musculares que permitem ao bebê rir? Daí por diante, durante toda a sua vida o riso será uma manifestação de alegria e uma maneira de comunicar-se com as demais pessoas, além de um símbolo de saúde ou um agradável remédio?
   - Que quando o riso explode, um mecanismo complexo se desenvolve no corpo? Os hormônios segregam humores que tranqüilizam e o organismo relaxa?
   Que em dose suficiente, o riso faz baixar a hipertensão, facilita a digestão e melhora o sono?

Pensamento do dia

“O mais importante é que o professor saiba ver progressos onde antes só via erros”
Emília Ferreiro


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