ALEXANDRE MONT’ALVERNE
SUBSECRETÁRIO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA


          Nos idos de 1979, um grupo de jovens ligados à Pastoral Universitária de Fortaleza, descobriu que havia em Fortaleza um Banco de Olhos. Eram todos estudantes da área de saúde, sobretudo de medicina, (Grupo Vírus de Cristãos Universitários) e de terapia ocupacional – TO – da UNIFOR.

          Todos cristãos, católicos, com o desejo de servir e de ser útil, descobrimos que havia uma instituição cuidando de pessoas cegas, deficientes visuais para dizer o termo politicamente correto hoje, que ao invés de estar nas ruas mendigando, estavam aprendendo a ler em Braile e estudando. Estudavam tanto o ensino básico em uma escola especializada, quanto estavam sendo profissionalizados. Também aprendiam a ter autonomia, o que entusiasmou as alunas de TO, aprendendo e treinando o que chamam pela sigla: AVD – atividades da vida diária: alimentar-se, trocar de roupa, higiene pessoal, locomoção e tudo aquilo que alguém privado de visão, precisa aprender para não depender dos outros e poder "se virar" sozinho.  

Dr. Alexandre Mont’Alverne

          Além de tudo isto que foi descrito, e que nos maravilhou a todos foi saber que muitos cegos estavam voltando a ver. Aqueles que perderam a visão por uma opacificação na córnea, quer dizer, a parte mais externa do olho que é a córnea, fica como um vidro embaçado e não deixa a luz passar, e a pessoa deixa de enxergar. Mas o mais maravilhoso é que uma cirurgia relativamente simples do ponto de vista técnico pode devolver a visão a estas pessoas, e esta cirurgia já era feita no Instituto dos Cegos. Mas havia um problema: grande número de crianças e adultos estavam aguardando na fila por falta de córneas. E as córneas, como ainda hoje, devem ser retiradas de pessoas que morreram, e que autorizaram em vida esta doação. Mas já existia o Banco de Olhos Dr. Hélio Góes, então estava tudo mais fácil. O que fizemos foi uma grande campanha de doação de córnea. Escrevemos o texto, criamos o cartaz e conseguimos doações para financiar a impressão.

          Enquanto isso, a turma da TO, além de promover a campanha, deu um reforço às atividades de AVD.

          Destaco a trabalho voluntário deste grupo de jovens cristãos universitários, mas nossa ação foi apenas de potencializar uma iniciativa já existente e consolidada que era já àquela altura, o Banco de Olhos Dr. Hélio Góes.

Fortaleza, 5 de maio de 2005

Alexandre Mont’Alverne
Subsecretário de Saúde do Município de Fortaleza


          Nós, que fazemos a Sociedade de Assistência aos Cegos, estamos muito honrados com este depoimento do Dr. Alexandre Mont’ Alverne. Aquele tempo, fazendo o 4° de medicina já demonstrava a sua vontade do fazer. O seu grupo fazia palestra em Clubes de Serviços, Igrejas, Centros Comunitários, Rádio e outras varias agremiações, com a finalidade de aumentar o número de doações de córneas. O bem estar do povo, será sempre a sua principal preocupação, haja vista, todos os cargos que desempenhou até hoje. Tenho certeza de que, o Alex, tendo por Altar a Consciência, preserva a Vida e respeita aos Mortos. Grifo nosso.

Waldo Pessoa
Presidente da SAC


Volta página principal Maiores informações:
Volta página anterior envie Mail para Webmaster da SAC