SOCIEDADE DE ASSISTÊNCIA AOS CEGOS
60 ANOS
Ensinando a Ver o Mundo
Blanchard Girão
Página: 155


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LOUVAÇÃO A UM
HOMEM DE BOA VONTADE

     Visualizemos uma escola qualquer, de pessoas normais, em que existisse apenas um lápis para cada três alunos. Pode-se perfeitamente imaginar o tamanho do entrave que isso acarretaria ao aprendizado. A reglete é o "lápis" do aluno cego. Sem ela, torna-se impraticável o estudo do deficiente visual. Pois até fins dos anos 80 e princípios da década seguinte, era esta a situação do Instituto dos Cegos: uma reglete para três alunos. A aquisição da reglete era muito difícil, sem que a Sociedade pudesse encarar o problema com a eficiência e objetividade exigidas.
     Foi por essa época que o Instituto recebeu a visita de um amigo da Sociedade, que vez por outra vinha com a família curtir férias em Fortaleza. Vanderlei Resende, industrial paulista, deparou-se com essa dura realidade no processo educacional dos cegos no Ceará. Sensibilizou-se e, com seu espírito de benemerência, prometeu (e cumpriu) encontrar resposta para a questão.
     Valeu-se dos técnicos de sua empresa e moldou um modelo de reglete, que passou a produzir sem qualquer sentido lucrativo. Fabricava e doava esse instrumento fundamental ao ensino dos deficientes visuais, fornecendo gratuitamente as regletes à SAC. E esta, por sua vez, passou a atender aos cegos do Ceará e até de outros pontos do País, doando os objetos diretamente aos que lhe recorriam. A SAC fazia o envio do material através do SEDEC, arcando com os custos.
     O gesto de Vanderlei Resende permitiu um salto de qualidade no ensino especial promovido pelo Instituto dos Cegos. Ainda agora, quando sua empresa mudou de atividade, ele mantém a sua generosidade, adquirindo na Espanha as regletes e também os sorobãs (instrumento destinado ao ensino da Matemática) que doa ao nosso Instituto dos Cegos.
     Ao completar 60 anos de existência, a SAC selecionou um grupo de pessoas que, por sua colaboração, serão agraciadas com o diploma da gratidão da entidade e de centenas de deficientes visuais que se beneficiaram da sua filantropia. Uma dessas pessoas é Vanderlei Resende, um homem de boa vontade, que figura em posição de realce na galeria dos grandes benfeitores do Instituto dos Cegos do Ceará.    

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